fwtd feat nuno - vida e so 1 esta e + nenhuma from nuno sousa on Vimeo.
As escadas em cimento estavam cheias, desde lá de baixo até lá a cima, o Boss ladrava, a malta ia subindo e descendo - incrível que ninguém tenha caído -, comiam-se batatas fritas, amendoins e bebiamos umas cervejas (era novidade na altura), e estava a tropa toda reunida em Santa Marta, numa das primeiras ocasiões que todos se juntaram para ouvir basqueiro, era cena à suburbio de LA - podia até colocar um filtro amarelado nas imagens que passo na minha memória a médio prazo. Várias tribos e lideres tribais - serious shit.
A malta curtia tocar a strife de Full Damage, o pedro tiago tinha enviado a malha pelo mIRC e sacamos a letra de ouvido - dizia-se por aqui que ele conhecia gente da banda, que conhecia um gajo chamado libelinha e outros tantos da cena punk de coimbra - e na altura em que os ouviamos já eram fishbrain, mas ya, era o que se ia ouvindo por cá. Isso e Censurados, Tara Perdida, NOFX, Pennywise, Bad Religion, Bouncing Souls, Distillers, Offspring e as compilações da epitaph, punk-o-rama, cheap shots - mais tarde passou-se a bad brains,terror, hatebreed e mais lenha e mais lenha. Os mais finos sacaram Enter Shikari e Downstairs - down ou upstairs? não me recordo mas valia - no demo-lition da epitaph, ou então cravavamos alguém para sacar os albuns de Tara Perdida no eMULE ou kazaa+. Gravavamos os cds e as cassetes e ouviamos o verão todo. Desciamos até ao largo da ajuda sentados no skate, iamos para o parque todos os dias a toda a hora, e quando descobrimos a linha urbana - o bus do sitio - começamos a ir até Novelas só para comer bolycaos e andar de autocarro. Sempre, ou quase sempre vá lá, com malhinhas do "é assim". Esse disco rodou em lan parties na casa do alex, no salão de baixo de casa do telmo, quase sempre na mesma playlist da stickin in my eye - psh, o melhor video de todo o sempre em que ele começava a tocar ao contrário xixi maluco - e até se jogava worms armaggedon e elastomania a ouvir Alecrim Alecrim aos molhos. Quando fomos ao Hardclub e chegamos cinco ou seis horas mais cedo até pedimos ao xibanga que adiantar ao concerto porque a malta de Penafiel tinha ido toda via CP para Gaia para ver os Tara Perdida, heróis de tardes e tardes e tardes e letras que faziam pensar mais do que a maioria delas, que em inglês, ainda apresentavam algum skill que nem todos tinham, a não ser o telmo e o juneca que além de jogarem Magic a potes - o último lia tolkien em inglês enquanto ouvia Rammstein -, convenciam-nos que as cartas boas que um gajo tinha nunca davam para o deck. No video do HC dá para ouvir algumas tiradas mágicas do andré flashão, clássicos como: uma para penafiel, oh guitas vai-te foder, mais penafiel, toca a sexo oral, penafiel!
Mas voltando à tarde de Santa Marta, chiça. Tocamos aquela malha quantas vezes? quatro? dez? era sempre a mesma e estava mesmo tudo na nossa cabeça, estava tão mal tocada que só lá pro refrão se dava conta do que se tocava. Eram as notas assim coladas umas às obras, bota e bira, siga a marinha, zá zás zás tum pá tum pá tum pá, todos cabeludos, shirts de hatebreed, soulfly, sepultura, mudvayne, carhart, prete naice - urban wear. Lá no mezanino alto, uns estavam espalhados pelo chão, atrás da bateria, em fila nas escadas, e tava tudo a ouvir o ruido e a acenar com a carola. Mesmo do vamos nessa vanessa. E estava um dia bonito, primavera quase verão.
Já era noite quando a malta começou a abandonar e não me recordo para onde foi toda a gente depois. Provavelmente acabamos perto de casa do telmo, em conversas que duravam bastante tempo, ou a ver videos de concertos e a dizer que um dia tinhamos de ir tocar às listas lá na escola - um pequeno palco, uma bateria, dois amps e muita gente para ouvir barulho.
O Ribas foi-se embora ontem, e por todas as tardes, serões e eras que ouvimos a voz dele, já parecia família. Nem dá para explicar a quantidade de imagens que sobem à moleirinha enquanto toco o disco, já em repeat, naquela onda de procissão funebre, passagem de slides em jeito de despedida.
p.s. este video foi filmado na escola secundária de Penafiel, na peça Confissões de Adolescentes da - Vanessa e das Anas- e o Pedro Joaquim Ribeiro até rachou a cabeça.
As escadas em cimento estavam cheias, desde lá de baixo até lá a cima, o Boss ladrava, a malta ia subindo e descendo - incrível que ninguém tenha caído -, comiam-se batatas fritas, amendoins e bebiamos umas cervejas (era novidade na altura), e estava a tropa toda reunida em Santa Marta, numa das primeiras ocasiões que todos se juntaram para ouvir basqueiro, era cena à suburbio de LA - podia até colocar um filtro amarelado nas imagens que passo na minha memória a médio prazo. Várias tribos e lideres tribais - serious shit.
A malta curtia tocar a strife de Full Damage, o pedro tiago tinha enviado a malha pelo mIRC e sacamos a letra de ouvido - dizia-se por aqui que ele conhecia gente da banda, que conhecia um gajo chamado libelinha e outros tantos da cena punk de coimbra - e na altura em que os ouviamos já eram fishbrain, mas ya, era o que se ia ouvindo por cá. Isso e Censurados, Tara Perdida, NOFX, Pennywise, Bad Religion, Bouncing Souls, Distillers, Offspring e as compilações da epitaph, punk-o-rama, cheap shots - mais tarde passou-se a bad brains,terror, hatebreed e mais lenha e mais lenha. Os mais finos sacaram Enter Shikari e Downstairs - down ou upstairs? não me recordo mas valia - no demo-lition da epitaph, ou então cravavamos alguém para sacar os albuns de Tara Perdida no eMULE ou kazaa+. Gravavamos os cds e as cassetes e ouviamos o verão todo. Desciamos até ao largo da ajuda sentados no skate, iamos para o parque todos os dias a toda a hora, e quando descobrimos a linha urbana - o bus do sitio - começamos a ir até Novelas só para comer bolycaos e andar de autocarro. Sempre, ou quase sempre vá lá, com malhinhas do "é assim". Esse disco rodou em lan parties na casa do alex, no salão de baixo de casa do telmo, quase sempre na mesma playlist da stickin in my eye - psh, o melhor video de todo o sempre em que ele começava a tocar ao contrário xixi maluco - e até se jogava worms armaggedon e elastomania a ouvir Alecrim Alecrim aos molhos. Quando fomos ao Hardclub e chegamos cinco ou seis horas mais cedo até pedimos ao xibanga que adiantar ao concerto porque a malta de Penafiel tinha ido toda via CP para Gaia para ver os Tara Perdida, heróis de tardes e tardes e tardes e letras que faziam pensar mais do que a maioria delas, que em inglês, ainda apresentavam algum skill que nem todos tinham, a não ser o telmo e o juneca que além de jogarem Magic a potes - o último lia tolkien em inglês enquanto ouvia Rammstein -, convenciam-nos que as cartas boas que um gajo tinha nunca davam para o deck. No video do HC dá para ouvir algumas tiradas mágicas do andré flashão, clássicos como: uma para penafiel, oh guitas vai-te foder, mais penafiel, toca a sexo oral, penafiel!
Mas voltando à tarde de Santa Marta, chiça. Tocamos aquela malha quantas vezes? quatro? dez? era sempre a mesma e estava mesmo tudo na nossa cabeça, estava tão mal tocada que só lá pro refrão se dava conta do que se tocava. Eram as notas assim coladas umas às obras, bota e bira, siga a marinha, zá zás zás tum pá tum pá tum pá, todos cabeludos, shirts de hatebreed, soulfly, sepultura, mudvayne, carhart, prete naice - urban wear. Lá no mezanino alto, uns estavam espalhados pelo chão, atrás da bateria, em fila nas escadas, e tava tudo a ouvir o ruido e a acenar com a carola. Mesmo do vamos nessa vanessa. E estava um dia bonito, primavera quase verão.
Já era noite quando a malta começou a abandonar e não me recordo para onde foi toda a gente depois. Provavelmente acabamos perto de casa do telmo, em conversas que duravam bastante tempo, ou a ver videos de concertos e a dizer que um dia tinhamos de ir tocar às listas lá na escola - um pequeno palco, uma bateria, dois amps e muita gente para ouvir barulho.
O Ribas foi-se embora ontem, e por todas as tardes, serões e eras que ouvimos a voz dele, já parecia família. Nem dá para explicar a quantidade de imagens que sobem à moleirinha enquanto toco o disco, já em repeat, naquela onda de procissão funebre, passagem de slides em jeito de despedida.
p.s. este video foi filmado na escola secundária de Penafiel, na peça Confissões de Adolescentes da - Vanessa e das Anas- e o Pedro Joaquim Ribeiro até rachou a cabeça.
Às tantas pensas que é assim
Nada há-de mudar
A irrealidade vem da tua cabeça
Não tens nada p'ra fazer
Não tens nada p'ra pensar
À tua volta são só escravos que obedecem
Por isso usa a tua razão
Sem complicação
Nada importa
Só o que pensas interessa
Voltas e voltas sem parar
Não te deixes enganar
Vida é só uma
Esta e mais nenhuma
A irrealidade provem
Do sentir imoral
Desconfianças são certas
Sentenças sabes dar
Tens de te controlar
E nunca deixes que te comprometam