sexta-feira, 9 de março de 2012

INDUSTRIAL

Trespaçando as trespaçadas paredes travessas, aversas à confusão das rotinas, adversas raizes de mato a adornam. O tempo cobra o seu lugar, e o burburinho do nada corrompe a atitude passiva do betão amassado esbarrado contra o ferro da ferrugem.
Os pneus parecem rir-se pela segunda oportunidade dada, vivem impávidos e serenos, perenes esculturas de borracha mole e cheirosa, polvilhando aqui e ali os espaços do vazio instalado.
É amorosa a fugaz relação entre o que fica e o que vai, entre o estalado e o partido, e, quase que inerente a tudo isto, um sorriso decadente e suave encaixa entre as marcas de óleo escuro e queimado deixado para trás.








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