segunda-feira, 18 de junho de 2012

IF ONLY WE COULD FLY



Não há quem tenha feito mais.
Há quem tenha feito menos, ou talvez nem isso, toda a gente pregou um prego serrou com o serrote aparafusou com o berbequim da black and decker, colou com a cola branca, segurou puxou empurrou tirou barrotes e barretadas, ripas e ripadas enquanto a musica era ripada, fixou e empenou, nivelou e criou.
Há coisas incríveis, pela força de alguns, pela vontade de todos.
No inicio era um camião com madeira.
No fim, uma peça com imensos nomes gravados, de artesãos a carpinteiros, mirones, mulheres da fruta, homens do prego, serras em riste, suor em bica, bikini girls with pressureguns, todos ao molhe, fé no Deus do Norte.
Serrim no nariz, maçã encravada nos dentes, arroz malando no bucho e a pele queimada.
É como a volta a Portugal em bicicleta, mas melhor.
Ou como levar com a poeira do rally etapa de Abragão, mas melhor.
Ou como ganhar aos matraquilhos, mas melhor.
Ou como jogar ao esconde esconde e ficar até ao fim e esperar até rebentarem a bolha, mas melhor.
Ou como ir para a praia comer massa com atum e beber Alandra e se calhar ainda é melhor.
Ou como dar a volta ao mundo até milão e ainda é melhor.
Ou como comer um gelado debaixo de uma árvore numa tarde de verão, mas melhor.
Ou correr à chuva com o guarda-chuva debaixo do braço, sujeito a cair e partir os dentes mas ainda assim continuar a correr à chuva e a cagar para o guarda-chuva, e é melhor, acreditem que é melhor.
E ficar no escuro a olhar para o tecto e ouvir aquela música com uns sennheiser HD-25 II, talvez seja melhor.
E comer um pão com manteiga que o padeiro deixa pendurado todos os dias desde que me conheço, uns dias mais duros que outros, acompanhados pelo café da cafeteira que tem aquele sabor com mais de vinte anos, e ainda assim, tenho as minhas dúvidas que não seja melhor.

Basicamente, comer com as mãos, beber com as mãos em concha, escrever com uma bic, desenhar com os dedos, fazer bolinhas com escupe, saber as horas pelo sol, martelar pregos, serrar barrotes de madeira de pinho, erguer vigas e prumos e outras coisas, será sempre melhor que passar horas sem fim sem fazer nada disto ou a fazer todas as outras coisas que fazemos todos na grande parte dos dias e horas e meses e segundos e na vida e no mundo.
Todo.


Como diria o Zahovic ao Américo, Puta Caralho
(foi bom pra xuxu).






if only we could flaaaaaaaaa



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